Associação dos Agricultores de Cocuera, bairro onde os primeiros imigrantes japoneses chegaram em Mogi das Cruzes.
Há um século, Mogi das Cruzes recebeu a primeira família de imigrantes japoneses em busca de oportunidades de trabalho, melhores condições de vida e prosperidade. A maioria que chegava ao Porto de Santos tinha como o destino os cafezais do interior do Estado de São Paulo e na maioria das vezes vivia em situação precária, ficava doente e buscava atendimento no consulado japonês. Lá, o médico Sentaro Takaoka – mais tarde homenageado com o nome da principal escola do bairro do Cocuera – os indicava o clima mais frio e úmido de Mogi das Cruzes como forma de prevenir doenças, a exemplo da maleita, na época comum na região oeste do Estado.
Assim muita gente veio para a cidade, como Naoki Suenaga, que em 1915 fez rápida passagem acompanhado de duas famílias por Biritiba Mirim – na época bairro pertencente a Mogi das Cruzes. Mas o primeiro japonês a se instalar na cidade, primeiramente em Sabaúna, e logo em seguida e de forma definitiva no Cocuera, foi Shiguetoshi Suzuki, com a família, marcando o início da colonização japonesa no município, 11 anos após o Kasato Maru chegar ao Porto de Santos.
Foi em 21 de abril de 1919 que Shiguetoshi, Fujie, o irmão Takeji e a cunhada, que deixaram a terra natal Akita Ken, ao norte do Japão, chegaram à Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, após viagem no navio Sanuki Maru até Santos. Vindo de uma região de lavradores, o patriarca era agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura. A rota da família, que seguiria para Taquaritinga, foi desviada para Mogi das Cruzes por orientação do médico Sentaro Takaoka.
Primeiramente, os Suzuki se instalaram na fazenda de propriedade do espanhol Cocito, em Sabaúna, onde Shiguetoshi passou a se dedicar à lavoura. Mas logo a família deixou o local e foi trabalhar no sítio do alemão Carlos Stenberg, no bairro do Cocuera, em 3 de setembro de 1919.
Por ser o primeiro a chegar a Mogi das Cruzes, Suzuki ajudou várias famílias que para cá vieram depois. Além do clima ameno, com temperaturas médias mais baixas do que as registradas na região interiorana do Estado de São Paulo, o baixo valor da terra na cidade, a possibilidade do desenvolvimento de uma agricultura de jardinagem e a proximidade com São Paulo, fizeram da cidade o lugar ideal para os imigrantes que queriam refazer a vida após passagem pelas lavouras cafeeiras.
Assim, mais famílias japonesas foram ocupando as terras não apenas do Cocuera, mas também de outras regiões rurais da cidade, a fim de desenvolver o plantio das mais diversas culturas. Nas últimas décadas, passaram a se destacar em vários setores da economia, além da política.
Homenageados no evento ‘Festival 100 anos da Imigração Japonesa em Cocuera e Mogi das Cruzes’.
Preservar e divulgar a cultura japonesa na região de Mogi das Cruzes por meio da cultura, educação, esportes, social, agricultura e turismo.