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A lenda de Gusko Budori

A lenda de Gusko Budori

Capítulo 1: A FLORESTA

Gusko Budori nasceu em uma grande floresta de lhatov. O pai era um famoso lenhador chamado Gusko Nadori que cortava sem maiores dificuldades qualquer árvore gigante.

Gusko Budori tinha uma irmazinha chamada Neli. Todos os dias os dois brincavam na floresta. Eles iam tão longe da casa que só conseguiam ouvir muito distante o som do machado do pai cortando as árvores.

Às vezes, Budori e Neli colhiam framboesas do mato e mergulhavam na água límpida da fonte, ou às vezes imitavam arrulhas dos pombos do mato, que de imediato respondiam aqui e alí, com arrulhas sonolentas.

Quando a mãe estava plantando sementes de trigo na pequena horta em frente da casa, os dois estendiam esteira de palha no caminho e alí o Budori cozinhava as pétalas de flores de orquídeas em uma lata de ferro. Acima de suas cabeças de cabelos secos, incontáveis pássaros atravessavam fazendo barulhos das asas e cantando barulhentamente, como se estivessem cumprimentando as duas crianças.

Quando Budori começou ir à escola, durante o dia a floresta ficava silenciosa. Mas em compensação, quando Budori voltava da escola e começava andar junto com Neli na floresta, marcando seus nomes em cada tronco das árvores usando carvão preto ou argila vermelha, ou então cantavam bem alto, a floresta ficava bem animada.

A videira de lúpulo crescia dos vidoeiros brancos formando um portal, nele escreviam: “Proibido a entrada de cucos-canoros”.

E assim, Budori completou dez anos e sua irmã, sete. Porém, sem nenhuma explicação aparente, naquele ano após chegada da primavera, o sol passou a ter uma coloração esbranquiçada, e as flores brancas da magnólia que deveriam florescer com o degelo da neve, não abriram.

Mesmo chegando em maio, a neve continuou intensa e a temperatura não subiu mesmo no fim de Julho, logo, o trigo semeado no ano passo ficou com as espigas brancas e sem grãos e praticamente quase todas as plantas e árvores não deram frutos, e logo após abrirem, suas flores caíam no chão.

Mesmo assim, eles conseguiram passar o inverno e chegou a primavera.

As sementes que foram preservadas com cuidado foram semeadas no campo, porém aquele ano acabou sendo igual ao ano anterior.

Chegou o outono. Mas as árvores de castanhas davam apenas ouriços verdes sem castanhas por dentro. E os grãos de oriza, que eram um dos alimentos mais importantes para todos, também não teve colheita. A situação no campo tornou-se insuportável.

Várias vezes, os pais de Gusko levaram lenha para vender na vila, mas não conseguiam vender.

E finalmente chegou o inverno.

Os pais de Budori carregavam grandes troncos de árvore no trenó para vender na cidade, mas toda vez voltavam desanimados, pois também não conseguiam vender nada.

Raras vezes voltavam para casa com um pouco de farinha de trigo, que compraram com a venda de alguns troncos.

Mas mesmo com muita dificuldade, a família de Budori conseguiu passar o inverno e finalmente chegou outra primavera.

Os pais do Gusko plantaram sementes das verduras e legumes que haviam guardado com muito cuidado, porém, naquele ano também a situação climática era igual do ano anterior, ou seja, ruim.
E quando, novamente o inverno chegou, tornou-se evidente que a fome estava assolando a região de Ihatov.

As crianças pararam de ir à escola e os pais de Gusko pararam de trabalhar.

Gusko viu eles conversando seriamente por várias vezes. Eles iam à cidade revezando e as vezes traziam pouco de farinha de painço, mas muitas vezes voltavam sem nada e com aparencia muito desanimada.

A família de Budori comia de tudo. Sementes de carvalho, kudzu, raízes de samambaias, casca macia das árvores e outras coisas, tudo que se encontravam e que achavam que dava para comer, para não morrerem de fome.

Mas, quando chegou a primavera, parecia que a situação piorou ainda mais. Os pais de Gusko estavam tão desanimados, que pareciam estar doentes.

Certo dia, o pai do Gusko ficou sentado por longo e longo tempo calado. Parecia que estava pensando em algo. Derrepente ele se levantou e disse:

– Eu vou à floresta para me divertir!

Saiu da casa cambaleando, entrou na floresta e mesmo depois de anoitecer não voltou para casa.

Gusko e Neli perguntaram para mãe, o que aconteceu com o pai. Mas a mãe não respondeu nada e só ficou olhando para os dois com olhos tristes.

Na tarde do dia seguinte, quando a floresta já estava escurecendo, a mãe levantou de repente e colocou monte de galhos secos na lareira. Dentro da casa clareou de vez.
Em seguida ela disse:

– Eu vou sair para procurar pai de vocês. Fiquem em casa e se sentirem fome, comam farinha que está guardado no armário.

E saiu também cambaleando. Gusko e Neli seguiram a mãe chorando. Ela virou para trás e deu bronca:

– Mas que crianças desobedientes! Eu disse para ficar em casa!

Apressadamente ela se foi, caminhando para floresta, tropeçando nas raízes das árvores e sumiu na escuridão da floresta.

Gusko e Neli andaram várias vezes o caminho até a floresta e continuaram chorando. Finalmente não conseguiram aguentar mais e entram na floresta escura. Foram até onde há um portal de lúpulo e fonte de água, local onde os dois sempre brincavam e chamaram repetidas vezes a mãe.

A noite já havia dominado toda floresta e entre os galhos das árvores enxergavam as estrelas cintilantes, que pareciam que quisessem falar algo. Os pássaros sairam voando assustados no meio da escuridão, mas mesmo assim não se ouvia a voz de ninguém.

Os dois voltaram cansados e desanimados para casa, caíram na cama e dormiram como pedras.

Budori só acordou ao meio-dia do dia seguinte. Lembrou da farinha que sua mãe havia dito que estaria guardado. Abrindo o armário encontrou sacode farinha de trigo e sementes de carvalho.
Budori balançou os ombros da Neli e acordou ela. Depois comeram a farinha e acenderam a lareira, como seus pais sempre faziam quando estavam na casa.

Passou-se muito vagarosamente uns 20 dias.

Um dia, de repente ouviram voz de homem na porta da frente:

– Boa tarde. Tem alguém morando aqui?

Budori pensou que era o seu pai que tinha voltado e foi correndo para abrir a porta.

Mas não era seu pai, era um homem que carregava uma cesta nas suas costas. Ele tinha olhar penetrante.
O homem tirou bolinhos de arroz da cesta e jogou na frente de dois e disse:

– Eu vim para salvar pessoal de fome. Comam à vontade.

Os dois ficaram por um tempo boquiabertos.

Aí o homem disse de novo:

– Comam comam!

Budori e Neli começaram a comer timidamente.

O homem ficou observando os dois e disse:

– Vocês são boas crianças. Mas ser somente boa criança não significa nada. Venham junto comigo.

E ele continuou:

– Entretanto, como os meninos são mais fortes e também eu não posso levar os dois. Ei, menina, não adianta ficar mais aqui, pois não há mais o que comer. Vem junto comigo à cidade que lá você poderá comer pão todos os dias.

Mal acabou de falar, o homem pegou Neli, e a colocou na cesta que carregava nas costas e saiu correndo como vento gritando alto:

– Ooh Hoi Hoi. Ooh Hoi Hoi…

A Neli nas costas do homem, começou a chorar e Budori correu atrás dos dois, também chorando e gritando:

– Sequestrador! Sequestrador!

Porém o homem já estava bem distante, estava correndo no campo ao lado da floresta, e somente ouvia choro da Neli de longe. Gusko os seguiu gritando e chorando até extermidade da floresta, mas não conseguiu alcançá-los. Desanimado e muito exausto, ele caiu no chão.

Capítulo 2: A FÁBRICA DE SEDA

Quando Budori acordou, ouviu-se uma voz monotona logo acima da sua cabeça.

– Até que em fim acordou! Você ainda acha que está vivendo a crise de fome? Não quer levantar e me ajudar?

Gusko observou bem o homem. Ele usava um chapéu marrom de forma de cogumelo, vestia um casaco por cima da camisa e balançava na sua mão, alguma coisa feito de arame.

Budori perguntou:

– A crise de fome já passou? O que é que o senhor quer que eu ajude?

– Ajude a colocar rede!

– Vai armar a rede aqui?

– Sim, vamos colocar a rede aqui.

– Vai colocar a rede para quê?

– Vamos criar bichos-de-seda.

Olhando para a árvore de castanha à frente, viu dois homens subindo a escada encostada no tronco da árvore e pareciam que jogavam as redes e puxavam pra lá e pra cá para posicionar melhor . Mas não enxergava nem fio e nem rede.Gusko disse:

– Dá para criar bicho-de-seda com aquilo?

– É lógico que dá ! Mas que menino tolo! Não fale bobagem. Por que eu iria abrir uma fábrica de seda onde não conseguiria criar bichos-de-seda? Muitas pessoas, inclusive eu, têm sustentado a vida com esse negócio.

Budori conseguiu apenas responder com voz rouca.

– Ah é…

– E além disso, eu já comprei toda esta floresta. Portanto, você pode ficar e me ajudar, ou então, se não está a fim de me ajudar, pode sair daqui e ir embora. Mas acho que você não conseguiria e ncontrar alguém que lhe desse comida em nenhum lugar…

Gusko ficou com uma tremenda vontade de chorar, mas se segurou e disse:

– Então eu te ajudo. Mas não sei como colocar a rede.

– Isso eu te ensino. Me observe bem.

O homem pegou as duas extermidades da coisa parecida com cesta de arame que estava carregando e esticou para os lados.

– Quando você estica assim, essa coisa vira uma escada.
O homem foi andando com passos largos até uma árvore de castanha à sua direita e encostou a escada num galho grosso.

– Pronto. Agora é a sua vez. Suba a escada com a rede na mão.

O homem entregou essa coisa esquisita parecida com uma bola feita de arame a Budori.
Gusko pegou e foi subindo a escada, mas os degraus da escada eram tão finos que pareciam que iam cortar os pés e as mãos dele.

– Suba mais, mais alto, mais alto! Daí você joga por cima da castanheira essa bola que eu te dei. Aí está bom, jogue alto agora!

– O que foi, está tremendo? Você é medroso?! Jogue, jogue, vai, jogue agora!

Budori não teve outra escolha e jogou a coisa parecida com a bola para bem alto com toda força. De repente sentiu que o sol ficou preto e Budori caiu de cabeça para abaixo.

Quando percebeu, estava nos braços do homem. Ele colocou o Gusko no chão resmungando.

– Você é um moleque medroso e frouxo! Se eu não tivesse te pegado, a sua cabeça já estaria arrebentada!

– Eu salvei a sua vida, jamais esqueça disso. A partir de agora, não deve faltar com respeito a mim. Agora suba na outra árvore e jogue a bola. Continue trabalhando que daqui a pouco lhe darei a comida.

O homem entregou aoBudori mais aquelas coisas parecidas com a bola de arame.

Budori carregou a escada na próxima árvore, subiu até alto e jogou a coisa parecida com a bola por cima da árvore.

– Isso, agora está ficando melhor! Olhe, há muitas bolas para jogar. Aqui não tem moleza, continue trabalhando . Sendo pé de castanheira, qualquer um serve.

O homem tirou do seu bolso umas dez bolas de arame, entregou para Budori e foi embora.

Budori jogou mais três bolas, mas ficou muito exausto e sem fôlego. Ele não agüentava mais continuar e resolveu ir voltar para sua casa.

Mas, quando chegou na casa e viu, ficou surpreso, pois havia instalado uma chaminé de manilha vermelha no telhado da sua casa e ainda por cima, na porta havia pendurado uma placa escrito:

E de dentro da fábrica apareceu aquele homem fumando um cigarro.

– Coma este aqui, menino! E trabalhe mais um pouco até escurecer.

– Para mim já chega! Eu quero entrar na minha casa.

– A casa que você está falando é esta? Esta não é mais a sua casa, agora é minha fábrica de seda. Eu já comprei todas as propriedades daqui, a sua casa, a floresta, tudo! São todas minha agora.

Ao ouvir isso, Budori sentiu profundamente inconformado, mas n ão havia nada que ele podia fazer. Budori comeu o pão cozido com vapor que homem deu e depois foi jogar mais dez bolas.

Nessa noite, Budori dormiu encolhido num canto da sua antiga casa, que agora havia-se transformado numa fábrica de seda.

Aquele homem ficou perto da lareira, conversando com outros homens e bebendo algo até altas horas da noite.

Na manhã seguinte, Budori acordou cedo e foi à floresta para repetir o mesmo trabalho do dia anterior.

Após um mês de trabalho , quando todas as castanheiras da floresta estavam cobertas de redes, o homem que é dono da fábrica, mandou pendurar 5 ou 6 tábuas cheia de coisas parecidas com o painço colado na superfície em cada pé de castanha.

Depois de algum tempo, começaram a brotar folhas novas nas castanheiras e a floresta toda ficou verde. Aí, então, começaram a sair um monte de pequenas larvas verdes-claras das tábuas penduradas e começaram subir nas castanheiras através dos fios.

Agora, o trabalho de Budori e os demais meninos era cortar as lenhas.

Todo dia eles cortavam lenha na floresta, carregavam e empilhavam ao redor da fábrica de seda.
E quando as pilhas de lenha ficaram tão altas como pequenas montanhas, todas as castanheiras desabrocharam suas flores meio azulados e longos.

Daí, os bichos que apareceram das tábuas também mudaram a sua forma e a côr, idêntica às flores de castanheira. Os bichos foram devorando sem piedade todas as folhas de castanheiras da floresta .

Quando os bichos acabaram de comer as folhas, eles começaram a colocar casulos grandes de côr amarela sobre as redes.

Então, o homem que é dono da fábrica de seda, aos gritos mandou os meninos recolherem os casulos na cesta e em seguida, mandou colocar os casulos nas panelas com água fervente. E girando a dobadoura com a mão, começou extrair fios.

Noite e dia, os homens continuaram trabalhando na extração dos fios, girando as tres dobadouras.

Quando os novelos de fios amarelos chegou a ocupar quase a metade da fábrica, monte de mariposas grandes brancas c omeçaram a sair voando dos casulos recolhidos e colocados nos cestos fora da fábrica.

O dono da fábrica de seda começou a trabalhar também na extração dos fios, com cara parecida com a do diabo. Ele trouxe também quatro pessoas do campo para ajudar. Mas as mariposas começaram a sair cada vez mais, tanto que a floresta ficou cheia de mariposas brancas voando, como se fossem neve branca voando.

E então um dia, chegaram sete carroças e carregaram todos os novelos de fios amarelos.

Depois de carregadas, as carroças começaram a voltar para a cidade.

Cada carroça era acompanhado por um homem. Quando a última carroça estava partindo, o dono da fábrica de seda disse ao Budori:

– Ei, menino! Lá dentro da casa tem comida suficiente para você viver até a próxima primavera. Até lá, você fica aqui e toma conta da floresta e da minha fábrica.

Depois, dando risada e acompanhando a carroça e foi embora.

Budori ficou parado no lugar, deixado para trás sozinho. A sua antiga casa estava imunda e bagunçada, como se uma tempestade tivesse passado por ela. E a floresta estava totalmente devastada como se tivesse passado por um incêndio florestal.

No dia seguinte, Budori começou a limpar o interior de sua casa e seus arredores .

No lugar onde o dono da fábrica de seda sempre ficava sentado, ele encontrou uma caixa de papelão velha. Dentro da caixa havia um monte de livros.

Os livros eram de assuntos difíceis, c om diversos desenhos de bichos de seda e desenho de máquinas. Tinha também alguns livros com desenhos e nomes de vários tipos de árvores e plantas. Havia também livros que nem conseguia entender o conteúdo. Budori passou o inverno inteiro tentando copiar os textos e desenhos dos livros no caderno.

Quando chegou a primavera e aquele homem apareceu com seis ou sete novos empregados.
Ele estava com aparência de rico. No dia seguinte começou o mesmo trabalho do ano passado.

Então as redes foram todas recolocadas e as tábuas amarelas foram novamente penduradas, os bichos de seda subiram nos galhos e Budori e os meninos começaram a preparar a lenha de novo.

Mas, numa certa manhã, quando Budori e os outros estavam cortando as árvores para serem utilizadas como lenha, de repente o chão começou a sacudir e depois ouviram um estrondo bem distante . Depois de algum tempo, o sol escureceu, começou a cair cinzas finas por toda parte e a floresta ficou toda branca de cinzas vulcanicas.

Budori e os outros estavam agachados embaixo da árvore devido ao susto, quando o dono da fábrica veio correndo afobadamente e disse:

– Ei, pessoal, já era! O vulcão entrou em erupção! Todos os bichos de seda morreram por causa das cinzas do vulcão. Não temos mais nada para fazer aqui. Todos voltem para suas casas!

Depois virou para Budori e disse:

– Budori, se você quiser ficar aqui pode ficar, mas desta vez não posso te deixar a comida. Além disso, permanecer aqui será muito perigoso. Eu acho melhor você sair daqui e ir ao campo e tentar achar algum jeito de sobreviver por lá.

Mal acabou de falar, o homem já saiu correndo. Quando Budori voltou par a fábrica, já não tinha mais ninguém. Desanimado, Budori seguiu as pegadas que os outros deixaram sobre as cinzas do vulcão em direção ao campo.

Capítulo 3: CAMPO PANTANOSO

Budori caminhou praticamente metade do dia em direção à cidade, no meio da floresta coberta de cinzas vulcanicas . Quando o vento soprava, as cinzas caiam das folhas das árvores que até pareciam fumaça ou mesmo uma tempestade de neve.

Porém, na medida que foi se aproximando cada vez mais próximo ao campo, as cinzas acumuladas no chão foi se diminuindo, começou enxergar também as folhas verdes das árvores e marcava mais os rastros dos pés no caminho.

Quando em fim conseguiu saiu da floresta, Budori arregalou seus olhos e ficou espantado, pois surgiu uma panorama de tirar o folego na sua frente. Desde onde ele estava em pé até as nuvens brancas que enxergavam no horizonte, parecia que havia extendido milhares de tapetes quadradinhos de cores rosa, verde e cinza.

Aproximando mais perto e olhando bem, os que pareciam tapetes quadrados cor de rosa eram flores cor de rosa baixinhas que enchiam o quadrado e haviam monte de abelhinhas voando apressadamente de flores para flores. E os quadrados verdes eram plantas que carregavam pequenos cachos e os de cor cinza eram cor do pântano raso.

Todos os quadrados estavam separados por barragens baixas e estreitos. E ali, as pessoas trabalhavam, usando cavalos para arar ou para misturar a lama.

Budori foi andando por algum tempo em cima da barragem onde havia um caminho, quando viu duas pessoas discutindo no meio do caminho em voz alta.

O homem de barba vermelha do lado direito disse:

– Não me importo o que as pessoas dizem de mim, eu vou tentar a sorte!

O outro de chapéu de palha branca e mais alto respondeu :

– Não fique tentanto sorte! Não adianta você colocar tanto adubo, pois você pode até colherbastante palha, mas não irá conseguir colher nenhum grão a mais!

– Não, a minha previsão é que esse ano fará um calor três vezes mais do que os anos normais. Por isso, eu vou conseguir colher triplo da safra neste ano!

– Pare, pare e pare!

– Não, não vou parar. Eu já aterrei todas as flores, agora vou colocar 60 sacos de feijões bolinha e depois 100 cargas de cavalos de esterco de galinha. Tenho tanta coisa para fazer e eu estou muito atarefado. E stá até faltando mão de obra para mim. A essa hora, se possível, até mesmo cipó de vagem seria bem vinda, se cipó pudesse me ajudar…

Ao ouvir isso, Budori se aproximou deles e falou:

– Me contrate então, por favor!

Os dois parecem que foram pego de surpresa. Ficaram olhando para Budori por um tempo, com mão no queixo, mas de repente o homem de barba vermelha começou a dar gargalhada alto e disse:

– Muito bem, eu vou te ensinar como trabalhar com cavalo, venha comigo.
Ao sair do lugar, disse para homem alto de chapéu branco:

– Me veja o que eu vou conseguir em outono!

Depois voltou a falar para Budori:

– Realmente eu estou precisando de toda ajuda, até mesmo do cipó de vagem, se for possível.

E foi andando de passo rápido na frente do Budori.

Lá atrás, o homem de chapéu branco ficou olhando para os dois e murmurava:

– Não quer ouvir conselho do velho? Depois vai-se arrepender!

A partir desse dia, Budori, começou a trabalhar no campo pantanoso todo dia, usando cavalo e misturando as lamas.

A cada dia que passava os quadrados rosas e os quadrados verdes foram sendo transformados em lamas. Os cavalos ao trabalharem, muitas vezes jogavam lama para trás com suas patas e sujavam o rosto dos homens que ficavam atráz.

Terminando um campo pantanoso, logo entrava no próximo.

O dia parecia não acabar nunca, demorava muito para acabar o dia. Budori perdia noção da realidade, não sabia mais se estava andando ou parado. As vezes sentia que a lama parecia ser de caramelo e a água parecia ser sopa.

O vento soprava constantemente criando ondas nas superfícies das águas do pântanos próximos, que pareciam escamas de peixe e mudava para cor de estanho, as cores das águas dos pântanos distantes.

No céu os nuvens que pareciam ser agridoce, atravessavam lentamente o céu, e isso lhe causava inveja.
Depois de passar aproximadamente uns 20 dias, finalmente todo campo pantanoso se
transformou em completo lama.

Então, na manhã do dia seguinte, o patrão do Budori, aquele homem de barba vermelha, apareceu com jeito muito agitado. Também pudera, pois era dia que iniciaria o plantio no campo pantanoso.

O plantio começou com a ajuda de agricultores dos campos pantanosos da vizinhança .
Todos trabalharam duramente e encheram todo o campo pantanoso com as mudas de oriza, que tinha aparência que lembrava lança, só que cor era verde.

O trabalho de plantio terminou em aproximadamente 10 dias. Depois era vez de Budori e os demais empregados irem ajudar no plantio de oriza nos campos pantanosos dos agricultores que vieram ajudar seu patrão.

Quando finalmente terminou o trabalho de pl antio de todos os campos, já estava na hora de começar o trabalho de arrancar ervas daninhas que haviam crescido no meio das orizas.

As mudas de oriza plantadas no campo pantanoso do seu patrão haviam crescidos bastante e as cores deles haviam-se mudado para quase preta, porém as plantação de oriza das vizinhas ainda estavam com uma coloração verde mais claro, sendo bem notável para qualquer um que olhasse de longe, a diferença no crescimento da oriza do seu patrão comparando com os da vizinhança.

O trabalho de arrancar erva daninha terminou em 7 dias. Daí, eles tinham que ir ajudar de novo os campos dos agricultores das vizinhanças, desta vez é claro, para arrancar ervas daninhas.

Mas numa certa manhã, quando o patrão estava andando junto com o Budori para observar sua plantação – ritual sagrado e diário dele – de repente ele soltou um grito e ficou paralizado.

Os lábios dele haviam mudado de côr – de rosado para azul – e ficou vendo a plantação de oriza com um olhar vago.

– Doença…

Depois de longo silêncio, o patrão falou com uma voz fraca. Budori perguntou:

– Senhor está doente?

– Eu não, a oriza, veja.

O patrão apontou seu dedo para os pés de oriza da frente.

Budori agachou-se e foi verificar de perto. Notou que as folhas da oriza tinham manchas vermelhas nas suas folhas, o que não tinha visto antes.

O patrão começou andar de novo mais deu para perceber que ele estava muito abatido. Depois de dar uma volta na sua plantação sem dizer uma palavra, foi andando em direção à sua casa.
Budori o seguiu muito preocupado.

Chegando em sua casa, o patrão pegou uma toalhinha, molhou com água fria, torceu e colocou na sua testa e se deitou no chão.

Logo depois, a esposa do patrão entrou correndo na casa.

– É verdade que a nossa plantação de oriza pegou doença?

– Sim. Acho que já não tem mais jeito.

– Não tem jeito mesmo?

– Creio que não. É a mesma doença que pegou 5 anos atrás.

– Está vendo só? É por isso que eu falei tanto para parar de ficar apostando. O velho também falou tanto…

A esposa do patrão começou a soluçar.

Daí, de repente, parece que o patrão criou ânimo. Ele se levantou do chão e exclamou:

– Caramba! Eu sou um dos maiores agricultor de Ihatov, não posso ser derrotado por causa de uma doença! Me vejam só, pois no ano que vem eu vou conseguir recorde de safra!
E depois virou para Budori e disse:

– Budori, desde que você chegou para me ajudar, acho que nunca teve um tempo para dormir direito. Mas agora você pode dormir à vontade. Durma quanto quiser, 5 dias ou 10 dias, tanto faz, durma até dizer chega!

E ainda continuou falando.

– Depois disso, vou te mostrar um truque interessante no meu campo pantanoso. Mas, fique preparado, pois neste inverno nós só vamos comer soba(*1). Espero que você goste.

Então o patrão pegou o seu chapéu e saiu para fora da casa.

Budori foi até o depósito e tentou dormir. Mas a cabeça dele só pensava na plantação de oriza que pegou a doença. Sem conseguir dormir, resolveu ir até o campo pantanoso.

Chegando lá, ele avistou patrão dele sózinho, olhando para a plantação de oriza com os braços cruzados.

Budori percebeu que o campo pantanoso estava cheia de água e os pés de oriza só estavam com suas pontas fora dágua. E na superfície da água estava espalhado petróleo que refletia reluzentemente o brilho do sol.

O patrão viu Budori e disse:

– Estou tentando matar a praga com o calor do vapor.

– Calor do vapor do petróleo mata a praga?

– Até gente, se for mergulado no petróleo da cabeça para baixo morre. Nenhuma praga aguentaria petróleo!

E ele respirou fundo e encolheu seu pescoço.

Nessa hora, eles viram o agricultor do campo pantanoso de baixo vinha correndo com cara vermelho de tão furioso.

O homem chegou meio ofegante e gritou:

– O que vocês estão fazendo aí ?! Não estão vendo que o petróleo que vocês jogaram aí está vindo tudo para minha plantação?

O patrão do Budori responder bem calmo.

– Por que eu joguei petróleo na minha plantação? É porque ela pegou a praga!

– Então, por que vocês deixam vir petróleo na minha plantação de oriza?

– Então, por que vocês não fecharam a entrada de água para meu campo?!

– É porque aquela entrada de água não é minha, é sua!

O fazendeiro vizinho ficou louco de raiva, foi entrando no meio do campo pantanoso do patrão de Budori e tampou a entrada de água para seu campo.

O patrão deu uma risada e disse ao Budori.

– Aquele homem é um cara difícil de lidar. Se eu fechasse por minha conta a saída de água para o campo pantanoso dele, com certeza ele iria reclamar. Por isso, eu usei a cabeça e fiz com que ele mesmo fechasse. Dessa maneira, a minha plantação ficará inundado até a ponta nesta noite mesmo. Bem, por ora está tudo resolvido, agora, vamos embora.

E foi andando com passos leves em direção à casa.

Na manhã seguinte, o Budori foi de novo até a plantação de oriza junto com o seu patrão. O patrão pegou uma folha de oriza que estava submerso na água e ficou observando, mas sua feição era de decepcionado.

No dia seguinte foi mesma coisa, logo de manhã foi até a plantação e olhou bem a folha da oriza e ficou de novo com cara de decepcionado. No terceiro dia foi a mesma coisa, no quarto dia também foi igual e quando chegou no quinto dia, ele finalmente parece que decidiu alguma coisa e disse ao Budori:

– Budori, acho que chegou a hora de semear soba(*1). Vá até aquela entrada de água do campo pantanoso do vizinho e quebre a tampa.

Budori foi até a entrada de água do vizinho e fez o que seu patrão lhe mandandou.
A água misturado com o petróleo foi invadindo rápidamente a plantação do como um avalanche. Budori pensou:

“Logo aquele homem deve aparecer de novo furioso…”

Dito e feito, aquele homem, o dono do campo pantanoso de baixo apareceu por volta do meio dia com um enorme foice na mão e gritou:

– Ei, como é que vocês deixam petróleo escorrer na minha plantação?

Mas desta vez o patrão respondeu com voz grossa:

– E qual o problema em deixar escorrer o petróleo?

– Não percebe que as minhas orizas vão todas morrer?

– Antes de se preocupar se as suas orizas vão morrer ou não, olhe nas minhas orizas. Hoje faz 4 dias que estão debaixo de petróleo até a ponta. Apesar disso, continuam vivos. Essas que ficaram com as folhas vermelhas são os que pegaram a doença e as que estão mais firmes e fortes, estão assim por causa do petróleo que coloquei. O petróleo que está escorrendo na sua plantação, vai passar apenas nos pés, e acho que até será bom para sua plantação.

– Então o petróleo vai servir como adubo?

Parece que a irritação do fazendeiro diminuiu .

– Se o petróleo vai servir como adubo ou não eu não sei, mas sei que é óleo.

– É… o petróleo é óleo mesmo!

O fazendeiro recuperou totalmente o seu humor e começou até rir.

O nível da água foi baixando rápidamente e agora o raiz da oriza ficou exposta e visível, mostrando as manchas vermelhas que pareciam estar queimadas.

– Bem, nós já podemos cortar a oriza!

Disse o patrão rindo. E junto com Budori, começaram a cortar os pés das orizas, e logo em seguida plantaram as sementes de soba e cobri-las com terra.

E como o patrão disse, aquele ano eles comeram somente soba.

Quando chegou a primavera o patrão disse:

– Budori, a área de plantação de oriza deste ano diminuiu para um terço do normal, por isso o trabalho será muito mais fácil. Por isso, eu queria que você estudasse no tempo que sobrar, com os livros que o meu falecido filho estudou. E me ajude a ter ótima safra de oriza com o estudo, para mostrar para os caras que riram de mim dizendo que eu sou um aventureiro que só vive apostando na sorte.

O patrão entregou para Budori um monte de livros.

Budori começou a ler os livros quando tinha tempo de folga. Entre vários livros que leu, ele achou muito interessante o livro escrito por um cientista chamado Dr. Kubo e por isso ele leu várias vezes.

Ficou sabendo também que esse cientista lecionava na cidade de Ihatov e Budori ficou com vontade de assistir as aulas dele.

O esforço no estudo do Budori logo mostrou os seus resultados.

Mais ou menos na mesma época do ano passado quando a plantação de oriza pegou a doença, novamente as orizas foram ameaçados de pegar a mesma doença .

Mas, seguindo conhecimento que Budori obteve através de estudo dos livros, eles espalharam cinza das árvores misturados com o sal e conseguiram evitar que a praga espalhasse por toda a plantação.

Quando chegou mês de agosto, o campo pantanoso ficou toda coberta de pequenas flores brancas de oriza. Com o passar dos dias, as flores brancas foram se transformado em cachos azuis claros e quando passava brisa, incontáveis cachos azuis claros carregados de grãos de oriza balançavam como ondas azuis.

O patrão ficou empolgadíssimo. A todas as pessoas que vinham ele se gabava:

– Veja só, eu falhei durante 4 anos apostando com a oriza, mas esse ano irei recuparar todo que perdi até agora, pois vou colher uma safra que equivale a safra de 4 anos numa vez só. Isso é muito emocionante!

Mas no ano seguinte, infelizmente, a coisa não foi a mesma coisa.

Pois desde a época de plantação, parou de chover e o rio ficou seco, o campo pantanoso começou a secar e até rachar chão e a colheita de outono mal deu para os alimentar as pessoas durante o inverno.

O patrão e Budori, ansiaram que no próximo ano melhorasse a situação, mas foi o mesmo desastre.
Isso se repetiu ano após ano. O patrão começou até a ter dificuldades para comprar adubo.

Ele teve que vender seus cavalos e de pouco em pouco foi vendendo também o campo pantanoso.

Num certo dia de outono, o patrão de Budori, com muita angústia em sua voz e disse:

– Budori, eu já fui um grande agricultor de Ivatov e ganhei também bastante dinheiro. Mas por causa de repetidos frios intensos e as secas prolongadas dos ultimos anos, a minha propriedade de campo pantanoso se reduziu para um terço do que eu tinha antes, e já não tenho nem mais condição de comprar adubo para próxima plantação. E isto não está acontecendo só comigo. Acredito que com situação que estamos, não há muitos agricultores no Ivatov que consiga comprar adubo para ano que vem.

– Desse jeito, não sei quando poderei te remunerar pelo trabalho que você fez por mim. Por outro lado, eu não acho justo, você que é tão jovem, ficar só trabalho comigo na lavoura. Por isso, leve isso e vá buscar sua sorte em outro lugar.

E ele entregou nas mãos do Budori, um saquinho de moedas, roupa nova de linhaça azul marinho e um par de sapato.

Ao ouvir palavras e ver as coisas que seu patrão lhe deu, Budori até esqueceu os dias de trabalhos árduos e ficou emocionado. Pensou até em continuar trabalhar com ele, mesmo sem remuneração, mas pensando bem, realmente não tinha mais nada para Budori fazer ali.

Budori agradeceu varias vezes ao patrão e deixou para trás o campo pantanoso que trabalhou por 6 anos e foi caminhando até o ponto de ônibus.

Nota: *1 macarrão japonês feito à base de farinha de trigo serraceno.

Capítulo 4 : DOUTOR KUBO

Budori andou quase 2 horas até chegar à estação de trem.

Comprou o bilhete e embarcou no trem com destino à cidade de Ihatov.

Logo o trem partiu da estação e foi aumentando sua velocidade e deixando para trás as paisagens de campos pantanosos.

Mais adiante começou enxergar várias florestas negras, que também logo foram se afastando da vista.
O coração do Budori encheu de saudades dos dias que passou nos campos pantanosos.

Mas ao mesmo tempo, queria chegar quanto mais antes em Ihatov e encontrar com o tal Professor Kubo que escreveu aquele livro que ele leu e tanto admirou.

E se for possível, queria trabalhar e estudar em Ihatov, para que todas as pessoas que trabalham nos campos pantanonosos pudessem trabalhar em agricultura sem se preocupar com aqueles problemas, tais como cinzas vulcanicas, estiagens e frios intensos, que prejudicavam e atormentavam os agricultores.

E quanto mais pensava nisto, surgia uma grande ansiedade qu e apertava seu coração, que fazia sentir que até mesmo a velocidade do trem era lento.

Quando Budori finalmente chegou no endereço da escola já era final de tarde.

A escola ficava num prédio antigo de cor branca e mal conservado. E do segundo andar do prédio ouvi-a se alguém falando com voz alta. Budori resolveu chamar em voz alta:

– Boa tarde!

Mas ninguém atendeu. Chamou novamente com voz bem mais alta:

– Boa taaardeee!

Então, da janela do primeiro andar apareceu um homen de rosto cinza. Ele usava dois pares de óculos que refletiam a luz do sol.

– Você não está vendo que estou dando aula? Para de me incomodar. Se tem alguma coisa que quer falar comigo, suba a escada e venha aqui!

Deu bronca no Budori e desapareceu. Ouviu-se gargalhada de muitas pessoas da janela onde aquele homem mostrou a cara, mas parece que ele não se importou muito com isso, continuou falando alto.
Budori criou coragem, entrou no prédio, subiu a escada e foi para o primeiro andar sem fazer muito barulho. Chegando no primeiro andar, havia um corredor e no final dele havia uma porta aberta e ali tinha uma enorme sala de aula. A sala de aula estava lotado de estudantes, cada um com roupa diferente.

O parede do fundo da sala era pintada de preto e nela havia traçado várias linhas com giz branco e aquele homem – ele era alto – estava apontando seu dedo para um maquete parecido com uma torre à sua frente e estava explicando aos alunos com aquela voz alta.

Budori viu maquete e pensou:

“Ah… Aquilo deve ser maquete de “História da História” que tinha desenho no livro dele …”

Rindo, o homem girou uma manivela do maquete. O maquete deu um estalo e em seguida transformou em uma coisa parecida com navio de forma estranha.

Quando ele girou mais uma vez, o navio se transformou em algo parecido com uma grande centopéia.

Os alunos estavam inclinando suas cabeças, pareciam que não estavam entendendo nada daquilo que estavam vendo. Mas para Budori foi muito interessante.

– E no final resulta em desenho assim!

Disse professor e em seguida, começou desenhar rapidamente vários desenhos complexos na parede preta. Ele pegou outro giz na sua mão esquerda e continuou desenhando com as duas mãos sem parar. Os alunos também começaram a copiar os desenhos no seus cadernos imitando ele.

Budori tirou do bolso, sua caderneta velha que sempre ucarregava quando trabalhava no campo pantanoso e começou a copiar também.

A essa hora, o professor já havia terminado de desenhar e subiu no degrau e ficou obserando os alunos.
Budori também havia terminado e estava conferindo o desenho por vários ângulos.
Um aluno que estava ao seu lado bocejou abrindo bocão. Budori perguntou a ele em voz baixa:

– Como se chama aquele professor?

Ao ouvir isso, o aluno respondeu com cara de desprezo:

– Aquele é o famoso, Doutor Kubo, você não sabia?!

E depois olhou para os desenhos que o Budori copiou na caderneta e disse:

– Um novato jamais poderá copiar desenho do professor. Eu estou estundando nessa escola já há 6 anos!

Dito isso, ele guardou seu cadereno no bolso.

Nessa hora, as luzes da sala de aula acenderam.

Já estava escurecendo. O Dr. Kubo falou com sua voz alta de cima do degrau:

– A noite já chegara. E eu também terminei meu curso hoje. Dentre senhores quem desejar, seguindo os procedimentos de sempre, me mostrem seus cadernos, depois passarão por uma sabatina e então, decidam em que área pretendem trabalhar.

Os alunos soltaram gritos de alegria de ter concluído o curso. A maioria dos alunos f echaram seus cadernos e sairam apressadamente da sala de aula.

Restaram aproximadamente 50 alunos na sala de aula.

Eles fizeram uma fila e um a um foi mostrando seus cadernos para o professor.

O Dr. Kubo dava uma rápida olhada no caderno, fazia uma ou duas perguntas e depois escrevia com giz branca na gola do aluno, “Aprovado” ou “Fazer recuperação” ou então “E sforçar mais!”.

Durante esse ritual, o aluno que estava sendo avaliado encolhia o seu pescoço preocupado com avaliação que iria receber. Mas, após receber sua avaliação, saía para o corredor e pedia para colegas lessem a avaliação que o professor havia escrito nas golas. Ao ouvirem sua avaliação, uns ficavam contentes e outros ficavam tristes.

A avaliação foi prosseguindo e chegou a vez do Budori. Ele era ultimo a ser avaliado.

Quando Budori tirou sua pequena caderneta meio suja e o mostrou, o Dr. Kubo deu uma bocejada enorme e ao mesmo tempo se curvou para olhar caderneta bem de perto. Por pouco, ele não sugou a caderneta do Budori.

Após dar uma inspirada profunda, ele disse:

– Muito bem, esse desenho está correto! Mas o que são estas anotações? Hã, entendi. Você fez anotações sobre adubos, ração para cavalo, etc, etc, do campo pantanoso, não é?

– …………

Budori não falou nada.

– Tudo bem, agora eu quero que você me responda. Quais são as cores e tipos de fumaças que saem dos chaminés das fábricas?

Sem perceber, Budori respondeu em voz alta também:

– Preta, marrom, amarela, cinza, branca, incolor e a mistura de todas elas.

O Dr. Kubo riu ao ouvir resposta e disse:

– “Fumaça incolor”? essa foi uma boa resposta! Me fale agora sobre as formas das fumaças.

– Se não tiver vento e muito volume de fumaça, subiria reto mas na medida que vai subindo irá se alargando. No dia em que a s nuvens estão muito baixas, a coluna de fumaça chegará até a altura das nuvens e daí vai espalhar. No dia que tem vento, a coluna de fumaça sobe inclinada, mas essa inclinação depende da velocidade do vento. A fumaça pode tomar forma de ondas ou até mesmo ser fragmentado, isso pode ser causadas pelo vento ou até mesmo pelo formato do chaminé. Se o volume da fumaça for pouco, ela pode tomar a forma de rolha e se tiver misturado com gás pesado, poderá cair para os quatro lados ou um lado do chaminé como se fosse uma penca.

O Dr .Kuboriu de novo.

– Tudo bem. E você trabalha onde?

– Eu vim procurar um trabalho nesta cidade.

– Nos podemos oferecer um trabalho interessante para você. Toma, vou te dar o meu cartão de visita. Pega isso e vá imediatamente à este endereço… .”

Dr. Kubo escreveu rapidamente alguma coisa no cartão de visita e entregou na mão de Budori. Budori agradeceu e ia sair sa sala de aula. O Dr. Kubo respondeu menendo a cabeça e murmurou baixinho:

– Ué… Será que estão queimado algum lixo lá fora?

E foi jogando pedaços de giz, lenço, livros, tudo na sua mala que estava sobre mesa e em seguida carregou a mala debaixo do seu braço e pulou para fora daquela janela que ele havia mostrado sua cara horas antes.

Assustado, Budori foi correndo até a janela. O Dr. Kubo estava se afastando rápidamente do prédio, pilotando um pequeno dirigível que até parecia brinquedo. Ele foi voando no céu da cidade que já estava sendo coberta pelas névoas azuladas da noite.

Budori ficou olhando de boquiaberta. O pequeno dirigível do Dr. Kubo parou sobre laje de um prédio de cor cinza. Daí ele desceu, prendeu dirigível com algo parecido com um gancho e depois entrou no prédio e desapareceu da vista.

Capítulo 5: DEPARTAMENTO DE VULCANOLOGIA DE IHATOV
  
Não foi fácil, mas Budori conseguiu chegar no endereço que o Dr. Kubo escreveu no cartão de visita.

No local tinha um grande prédio de cor marrom e, atrás do prédio enxergava um pilar bem alto de com forma parecida com uma penca que se destacava com sua cor branca no céu escuro da noite.

Budori apertou a campainha, e rápidamente uma pessoa veio te atender, pegou o cartão de visita que

Budori mostrou, deu uma rápida olhada nele e imediatamente o conduziu à uma grande sala no fim do corredor.

Na sala havia uma enorme mesa que Budori nunca tinha visto antes e no meio da mesa havia um senhor elegante de cabelos pouco grisalhos que aparentava ser de boa índole.

Ele estava sentado numa cadeira bem comportadamente e atendia telefone ao mesmo tempo que fazia anotações no caderno. Quando viu o Budori, indicou-lhe a cadeira ao seu lado para sentar e continuou escrevendo.

Havia um enorme maquete colorida de todas as regiões de Ihatov que ocupava toda parede do lado direito da sala. No maquete era possível distinguir de longe, as linhas de trem, cidades, rios, campos e florestas.

No centro havia fileira de montanhas que atravessava Ihatov, que parecia uma espinha dorçal. No litoral também tinha as montanhas que seguiam a costa do continente e a sua extensão terminava no mar e aparecia como pontos elevados que eram as montanhas do arquipérago. Nessas fileiras de montanhas, podia ver pequenas luzes de cores vermelhas, laranjas e amarelas, que se mudavam de cores alternadamente e algumas delas emitiam sons parecidos com os da cigarra e mostravam também os números intermitentemente.

E nas plateleiras instalada abaixo do enorme maquete, havia 3 fileiras de máquias que pareciam máquinas de escrever, eram mais de cem. Essas máquinas regitravam alguma coisa silenciosamente, mas tinha hora que alguns emitia som.

Budori ficou espantado com tudo isso e ficou vendo com boquiaberta.
Aquele senhor, acabou de atender telefone, colocou-o no gancho e tirou seu cartão de visita do seu bolso e disse ao Budori entregando-o:

– Senhor deve ser o Budori. Eu sou Pennen.

No cartão dele estava escrito:

Departamento de Vulcanologia de Ihatov
Engenheiro Pennen Namu

Quando o engenehiro Pennen viu que o Budori não estava acostumado com cumprimentos, ele começou a falar:

– Eu estava esperando sua chegada. Pois recebi agora pouco o telefonema do Dr. Kubo me informando sobre você. A partir de agora, você trabalhar aqui conosco e gostaríamos que estudasse com muito afinco. O trabalho desse departamento começou no ano passado, mas é um trabalho de muita responsabilidade. Além disso, a metade do tempo nós trabalhamos nos vulcões que podem entrar em erupção a qualquer hora. A característica de cada vulcão é uma coisa que não se descobre de noite para o dia. Bem, hoje você descansa e tire o cansaço da viagem no quarto que vou te mostrar. E amanhã te mostrarei todas as instalações do departamento.

Na manhã seguinte, o engenheiro Pennnen levou Budori para conhecer as instalações do prédio. Pennen mostrou os equipametos e as máquinas instalados e explicou detalhadamente sobre função de cada um.

Toda essa parafernária de máquinas e equipamentos do Departamento mostravam minuciosamente, sobre as atividades de mais de 300 vulcões – incluindo vulcôes ativos e dormentes – existentes no Ihatov, possibilitando ver como elas soltavam as fumaças e lavas das crateras vulcanicas. Até mesmo os vulcões antigos que aparentemente pareciam extintas, era possível ver movimento das lavas e gases no interior deles e podia ver também, através dos números e gráficos mostrados nos paineis, a mudança na forma do vulcão que eles sofriam com o passar do tempo. E toda vez que aconteciam alguma mudança abrupta, como erupção ou tremor violento, os vulcões do maquete soltavam barulhos, um diferente do outro.

A partir desse dia, Budori começou a aprender tudo sobre o manuseio dos equipamentos, técnica de análise dos dados coletados dos vulcões com o engenheiro Pennen. Budori trabalhou e estudou dia e de noite, sem desperdiçar um mimuto.

Quando passou dois anos, Budori já estava capacitado para executar serviços juntos com outras pessoas da equipe do Departamento, tais como, instalar equipamentos de medição nos vulcões e até conserto dos equipamentos já instalados que apresentavam alguns problemas de funcionamento. À esta altura, Budori já dominava completamente sobre as condições de mais de 300 vulcões existentes no Ihatov.

Entre esses, cerca de 70 vulcões soltavam fumaças, jorravam lavas vulcanicas e águas ferventes toda hora.
Cerca de 50 vulcões considerados dormentes soltavam vários tipos de gases e também águas ferventes. E entre os mais de 160 vulcões extintas restantes, exitiam aqueles que não se sabiam quando iriam acordar, isto é, tornar-se vulcões ativos.

Um dia, quando o Budori estava trabalhando junto com o engenheiro Pennen, soou alarme indicando que um vulcão chamado Sanmutori, que se localizava no litoral sul do Ihatov começou a entrar em atividade. O velho engenheiro Pennen gritou:

– Sr. Budori, o vulcão Sammutori não estava apresentando nenhuma anormalidade até hoje de manhã, não é?

– Sim. Aliás, eu nunca tinha visto Sammutori entrar em atividade.

– Humm… estou vendo que a erupção será eminente. O terremoto de hoje manhã deve ter provocado o vulcão. À uma distância de 10 Km ao norte desse vulcão localiza a cidade de Sammutori. Se acontecer uma erupção, desta vez deve explodir pelo menos um terço do cume norte e as rochas vulcanicas do tamanho de mesa ou de um boi dever chover de monte em cima da cidade. Além de cinzas quentes e gas vulcanica perigosa que pode atingir. Se isso acontecer, seria maior catástrofe da cidade. Portanto, para evitar o pior, nós temos que fazer uma perfuração na encosta do lado virado para o mar do vulcão, para funcionar como escape dos gases contido no interior do vulcão ou deixar lava sair por essa perfuração. Vamos junto até o vulcão Sammutori para estudar melhor essa operação!

– Disse o engenheiro Pennen.

Rapidamente os dois se prepararam para viagem e pegaram trem com destino a cidade de Sammutori.

Capítulo 6 : VULCÃO SAMMUTORI
  
No dia seguinte, após chegarem à cidade de Sanmutori, os dois escalaram o vulcão Sanmuroti quase até
o topo, onde havia uma cabana – era uma estação de observação – com as máquinas e equipamentos para as medições.

O local que a cabana se encontrava era onde a borda externa da antiga cratera do vulcão estava desmoronado em direção ao mar.

Olhando pela janela da cabana, o mar enxergava como várias listas azuis e cinzas e no meio destas listas os navios atravessavam soltando fumaças pretas e deixando rastros cor de prata para trás.

O engenheiro Pennen analisou sem falar nada os dados coletados pelos equipamentos de medições e disse a Budori:

– Em quantos dias você acha que este vulcão irá entrar em erupção?

– Acredito que não levará nem um mês.

– Eu acho que não levará nem 10 dias. Temos que agir depressa, se não será tarde demais. Eu acho que essa parte voltada para o mar é mais frágil.

E ele apontou o seu dedo para campina situada na na parte superior de uma vale que se localizava na encosta do vulcão Sammutori. Uma nuvem passava por cima dessa campina e cobria com sua sombra.

– Naquele local, só há duas camadas de lavas. O resto é camada de cinza vulcânica e rochas. Além disso, para chegarmos até lá, podemos aproveitar estrada existente que segue até uma fazenda, o que facilitará muito o nosso trabalho para transportar os equipamentos. Eu vou solicitar imediatamente o equipe de trabalho.

O engenheiro Pennem começou enviar mensagem para o Departamento de Vulcanologia de Ihatov.
Nessa hora, ouviram-se um ruído parecido com murmúrio debaixo do solo e a estação de observação começou a se sacudiu fazendo rangido na sua estrutura.

Pennem levantou-se da cadeira em frente do rádio transmissor e disse a Budori:

– O Departamento me respondeu que vão nos mandar imediatamente um equipe de trabalho. Bem, a gente está falando que é equipe de trabalho, mas na verdade é quase um “esquadrão suicida”. Te confesso que até hoje nunca passei por uma situação tão perigosa como essa!

– Será que conseguirão terminar o trabalho dentro de 10 dias?

– Tenho certeza que conseguirão. Levarão 3 dias para a instalação dos equipamentos e mais 5 dias para puxar os fios elétricos da usina elétrica da cidade de Sanmutori até o local que será explodida.

O engenheiro Pennem ficou calculando contando com seus dedos e depois parece que se sentiu aliviado e disse ao Budori com aquele seu jeito calmo dele de sempre.

– Bem, Sr. Budori, vamos ferver a água e tomar chá. Não há como não apreciar essa linda paisagem tomando uma xícara de chá gostoso!

Budori acendeu fog ãozinho de alcool que trouxe e começou esquentar a água.

No céu começou surgir nuvens e parece que o sol já se pôs, o mar mudou sua cor para cor de cinza e as ondas brancas começaram bater no sopé do vulcão.

Ao olhar pela janela, Budori viu aquele dirig ível estranho que vira outro dia na escola da cidade de Ihatov estava aproximado. O engenheiro Pennen deu um salto e disse:

– Olha, o Dr Kubo está chegando!

E ele saiu da cabana para receber o Dr.Kubo. Budori seguiu atrás e saiu para fora também. O dirigível já havia chegado em cima de uma grande rocha que ficava próximo a cabana e o Dr. Kubo que tem estatura alta, pulou do seu dirigível para cima da rocha e ficou procurando uma fenda na rocha para prender o dirigível. Logo consegui achar fenda , prendeu seu dirigível e desceu da rocha e apareceu na frente de dois.

– Olá, amigos, vim tomar chá! Como é, está sacudindo muito?
Disse Dr.Kubo, sorrindo. O engenheiro Pennen respondeu:

– Ainda não está sacudindo muito não. Mas está caindo muitas pedras de cima.

Justo nessa hora, o vulcão parece que se enfureceu repentinamente e começou fazer ruído. Budori se sentiu que tudo ficou azul por momento, mas era uma ilusão instantânea.

O vulcão continuou tremendo, Dr. Kubo e o engenheiro Pennen ficaram agachados e se apoiavam na rocha. Até mesmo o dirigível do Dr. Kubo balançava como se estivesse balançando sobre ondas grandes no mar.

Quando o tremor da terra parou, Dr. Kubo se levantou e rápidamente entrou na estação de observação. Dentro da cabana, as xícaras de chá haviam caídos e o fogão de alcool continuava com chama azul acesa.
Dr. Kubo verificou minuciosamente todos os equipamentos, depois se dirigiu para engenheiro Pennen e ficou conversando sobre a situação do vulcão. No final da conversa ele disse:

– Temos que terminar de construir todas as usinas maremotrizes no pr óximo ano. Se conseguirmos, mesmo que aconteça no futuro o que está acontecendo aqui, poderemos iniciar rápidamente o nosso trabalho de atenuação da erupção do vulcão e também poderemos fazer chover fertilizantes do céu, que traria grandes benefícios para as plantações dos campos pantanosos que o Sr. Budori nos contou, que o pessoal da lavoura estão enfrentando problemas sérios.

O engenheiro Pennen acrescentou:

– Se conseguirmos concluir as construções das usinas maremotrizes, ninguém jamais terão de temer das secas no futuro.

– Ao ouvir estas palavras, Budori sentiu uma grande emo ção no seu coração e achou que até o vulcão balançava junto para compatilhar a emoção dele. Na verdade, justo nesse instante houve uma outra sacudida forte e Budori havia sido jogado no chão. O Dr. Kubo disse:

– Opa, essa sacudiu bem! Esse deve ter sentido até na cidade de Sammutori!

Engenheiro Pennnen disse:

– O epicentro desse tremor deve ser localizar aproximadamente 1Km ao norte daqui, à 700 metros de profundidade. Acho que deve ter caído uma enorme rocha que tem 60 a 70 vezes o temanho dessa cabana no meio lava. Entretanto, para que o gás vulcanico rompa a ultima camada de rocha do vulcão para explodir, o vulcão deve engolir pelo menos 100 ou 200 rochas enormes desse porte.

O Dr. Kubo ficou pensando por um tempo e disse:

– Bom, acho que eu vou indo. Até breve, amigos!

Ele saiu da cabana, subiu na rocha onde havia parado seu dirigível, subiu nele e já saiu voando.
O engenheiro Pennen e Budori ficaram olhando o Dr.Kubo despedindo deles balançando a lanterna de cima do dirigível. O dirigível rápidamente desapareceu por trás do cume do vulcão e sumiu da vista.

Depois voltaram para cabana e continuaram o trabalho de observação das atividades do vulcão e descansaram revesando.

No dia seguinte, quando amanheceu e chegou o equipe de trabalho no sopé do vulcão, Pennen deixou Budori na estação de observação e desceu até a campina que havia mostrado ontem para Budori.

Quando o vento vinha da direção do sopé para pico, poderia até escutar as vozes dos homens e os barulhos dos materiais sendo descarregados dos caminhões, como se etivessem acontecendo bem próximo.

O engenheiro Pennen informava constantemente a Budori, sobre o andamento do trabalho que está sendo feito e perguntava para Budori a situação do vulcão, que estava sendo acompanhada pela medição de emissão de gases e mudança na forma do vulcão.

A partir deste dia, por durante 3 dias, ningu ém teve sequer um instante de descanso, nem tempo para dormir, todos trabalharam ininterruptamente em meio a frequente tremor e ruído do vulcão. E no quarto dia, logo de manhã, Budori recebeu comunicado do Pennen.

– Sr. Budori, aqui está tudo pronto. Pegue suas coisas e desça logo. Mas antes, dê uma ultima olhada nos equipamentos de medição e não esqueça de trazer todos registros. Pois essa cabana irá desaparecer hoje à tarde!

Budori seguiu as instruções do Pennen, desceu vulcão e foi ao encontro com o Pennen e equipe na campina.

No local havia sido construido uma torre de ferro. Esses materiais eram aqueles que Budori vira no depósito do Departamento de Vulcanologia em Ihatov.

Junto com a torre, todos os equipamentos já estavam instalados e pronto para ser acionados.

O engenheiro Pennen parecia estar muito exausto. Os homens da equipe também estavam todos com rosto meio pálido e deu para perceber que estavam muito tensos e cansados. Mesmo assim, ao verem Budori, eles cumprimentaram com sorrisos. Pennen viu Budori se aproximando e disse:

– Oh, você chegou! Então, vamos bater em retirada. Pessoal, se aprontem e subam no carro!

Toda equipe, rápidamente entraram nos 20 carros. O comboio saiu correndo velozmente em direção a cidade de Sammutori.

Quando o comboio chegou num ponto que ficava à meia distancia entre vulcão e cidade de Sammutori, Pennnen mandou parar o comboio e ordenou:

– Vamos montar as tendas aqui e descansar!

Todos estavam muito exaustos, sem dizer uma palavra seguiram a ordem do engenheiro Pennen, montaram tendas e dormiram.

À tarde do mesmo dia, o engenheiro que estava conversando com alguém com rádio transmissor, largou o rádio na mesa e disse:

– Pessoal, o fio elétrico foi intalado e ligado!

E olhou para Budori e falou:

– Sr. Budori, vamos detonar!

O engenheiro Pennen apertou o botão do detonador de controle à distância. Todos saíram das tendas e ficaram olhando para a encosta do vulcão Sammutori.
O campo estava cheia de lírios brancos e no horizonte desse lindo campo, avistava o vulcão Sammutori.

De repente, o lado direito da base do vulcão balançou, soltou uma fumaça preta que logo foi subindo para o céu e foi se espalhando, criando forma de um cogumelo.

E do local que houve a explosão, começou correr lavas douradas, que na medida que foi descendo a encosta foi se abrindo como um leque e foi se despejando no mar.

Logo escutaram enorme estrondo da explosão. O impacto foi tão forte que sacudiu o campo de lírios brancos como ondas do mar e quase derrubaram os homens que estavam olhando o vulcão. Em seguida soprou um vento.

– Conseguimos!

– Deu certo!

Todos gritaram apontando para a explosão causada por explosivos que eles intalaram.
A essa hora, a coluna de fumaça do vulcão Sammutori estava se espalhando rápidamente pelo céu escurecendo-o. Logo, começou cair monte de pedriscos quentes em todos lugares. Todos ficaram observando esse cenário de dentro da tenda.

O engenheiro Pennen olhou para seu relógio e disse:

– Sr. Budori, deu tudo certo. Não haverá mais perigo para a cidade de Sammutori. Acho que só cairá pouco de cinzas vulcanicas.

Os periscos que estavam caindo começou diminuir e agora só estava caindo as cinzas, mas este também foi diminuindo com passar do tempo.

Quando constataram que não há mais risco, todos saíram para fora da tenda. Parecia que campo inteiro foi pintado de cinza. O chão estava coberto de cinzas vulcanicas de mais de um polegada de espessura.
As flores de lírios foram todas derrubadas e estavam completamente cobertas de cinzas. A cor do céu tinha se mudado para um verde estranho.

No sopé do vulcão Sammutori foi criando uma pequena elevação e a coluna de fumaça saía daí. Antes de anoitecer, a equipe escalou de novo no vulcão, pisando nas cinzas e pedriscos e instalaram de novo os equipamentos de medição e retornaram para cidade.

Nota: *1 macarrão japonês feito a base de farinha de trigo serraceno.

Capítulo 7: MAR DE NUVEM

Em quatro anos, o projeto de construção de usinas maremotrizes foi executado conforme plano do Dr. Kubo. Ao todo, foram instaladas 200 usinas ao longo do litoral de Ihatov. E nos vulcões que cercavam Ihatov foram instaladas também as estações de observação, juntamente com torres de ferro pintadas em branco.

Budori já havia-se tornado assessor de engenheiro e na maior parte do ano andava de vulcão para vulcão, e quando era necessário fazia trabalho para atenuar o perigo da erupção, juntamente com o equipe do departamento.

Na primavera do ano seguinte, o Departamento de Vulcanologia de Ihatov distribuiu cartazes nas cidades e vilas com seguintes dizeres:


“ Chuva de Nitrogenio”

Neste verão, nós faremos chover nitrato de amonio junto com a chuva nos seus campos pantanosos e hortas. A quantidade será 120Kg para cada 1 hectare e cairá um pouco de chuva também. Por este motivo, quem vai adubar suas plantações favor considerar essa quantidade de nitrato de amonio.

Informamos ainda que, nos anos de estiagem poderemos fazer chover também, uma quantidade chuva suficiente para que as plantações não sequem por falta de água. Deste modo, os senhores que trabalham na lavoura poderão fazar plantil nos campos pantanosos sem se preocuparem com falta de água.

Departamento de Vulcanologia de Ihatov


No mês de junho daquele ano, Budori estava na estação de observação montado no vulcão Ihatov, que se localizava bem no centro da região de Ihatov.

Da estação de observação enxergava mar de nuvens cinza à baixo. Era possível ver também, todos os vulcões da região de Ihatov, que mostravam seus picos acima dos nuvens como se fossem ilhas no mar.

Um dirigível estava voando em cima dos nuvens, soltando fumaça branca pela sua calda. Ele passava de pico para pico, como se estivesse colocando pontes entre picos dos vulcões. A fumaça que o dirigível soltava foi se engrossando gradativamente e foi descendo, permanecendo logo acima das nuvens.

Finalmente criou-se uma enorme rede de fumaça que ligava todos os picos. A rede de fimaça brilhava com tom meio branquiçada.

Terminado seu trabalho, o dirigível parou de soltar fumaça branca, deu algumas voltas como se etivesse cumprimentando alguém, mas logo em seguida abaixou seu nariz e foi descendo e desapareceu no mei das nuvens.

Tocou tolefone. Era engenheiro Pennen.

– Sr. Budori, o dirigível acabou de retornar agora. Aqui em baixo está tudo pronto e está chovendo bastante. Eu acho que já pode iniciar.

Budori apertou botão do equipamento que estava à sua frente.

Aquela rede branca que foi traçado entre os picos começou a brilhar alternadamente mudando de cor rápidamente, num instante era cor de rosa, logo mudou para azul e em seguida mudou para violeta.
Budori ficou encantado ao ver esse espetáculo no céu.

Quando entardeceu e espetáculo no céu já havia terminado, já estava tão escuro que não conseguia destinguir se a cor do céu era cinza ou chumbo. Nesse instante o telefone tocou. Era engenheiro Pennen:

– O nitrato de amonia já se formou dentro dos nuvens. A quantidade é suficiente e a velocidade do nuvem também está dentro do parâmetro. Acredito que se prosseguiremos esse trabalho por mais 4 horas, esta região terá fertilizante o suficiente para este mês. Por favor, continue com o seu trabalho Sr. Budori.

Budori ficou muito feliz ao ouvir as palavras do Pennen que deu até vontade de pular.

Debaixo daqueles nuvens, o seu antigo patrão, aquele homem de barba vermelha, aquele seu vizinho que perguntou se o petróleo serviria como adubo e todas aquelas pessoas que trabalham na plantação devem estar ouvindo chuva com fertilizante cair do céu com muita alegria e espectativa . E quando amanhecer, com certeza eles irão até a plantação e admiraria as orizas que devem ter adquirido verde mais vívido, por causa do fertilizante que caiu com a chuva.

Budori pensou: “Isso tudo parece um sonho…”

E ficou observando da janela, as nuvens escuras que emitia lindos clarões coloridos. Mas a noite de verão era muito curta, não demorou muito para começar a chegar a claridade meio amarelada do alvorecer no horizonte do mar de nuvens.

Mas Budori estava enganado, pois essa luz era luz que prenunciava o despontar da lua. Logo, a lua com sua luz dourada começou a subir silenciosamente.

Quando a nuvem emitia luz azul, a lua parecia meio branquiçada e quando nuvem emitia brilho cor de rosa, ela parecia que estava sorrindo. Por um instante, o Budori esqueceu de tudo. Não sabia quem era ele, nem o que estava fazendo alí naquela hora. Só ficou apreciando esta paisagem que até parecia fantasia.

Tririririm…

Tocou telefone. Era Pennen.

– Aqui está trovejando bastante. Acho que a rede que cria descargas elétricas deve ter rompido em vários pontos. Eu acho que por hoje já chega. Se provocarmos muitos trovões, os jornais vão nos criticar.

Budori colocou telefone no gancho e prestou atenção no som de fora. O mar de nuvens estavam murumurando aqui e acolá. Concentrando mais na audição, deu para perceber que eram sons de trovões que agora fazia barulhos esparsamente.

Budori desligou a máquina. De repente, o mar de nuvens perdeu seus brilhos e agora era iluminada somente pela luz branca da lua. Os nuvens estavam se movendo silenciosamente para o norte. Conferindo isso, ele se enrolou no cobertor e caiu no sono.

Capítulo 8: OUTONO
  
A safra daquele ano, que foi favorecido também pela clima, foi o melhor dos ultimos dez anos. Por causa disso, o Departamento de Vulcanologia recebeu muitas cartas de agradecimento e apoio dos lavradores de várias localidades.
Budori sentiu pela primeira vez, que estava fazendo algo útil.
Certo dia, Budori estava passando pelo um pequeno vilarejo que ficava no meio do campo pantanoso. Ele estava voltando da viagem que fez até o vulcão Tachina. O campo pantanoso que já havia terminado a sua colheita estava vazio e não via quase ninguém.
Budori resolveu entrar numa pequena mercearia para comprar pão para comer no almoço.

– Boa tarde, senhor tem pão?

Dentro da mercearia havia tres homens descalços que estavam bebendo bebida alcoolica. Os olhos dele estavam meio avermelhados, parece que já haviam bebido bastante. Ao ouvir Budori falar, um deles levantou da cadeira e disse:

– Aqui tem pão sim, mas é de litografia, não é comestível!

Todos riram olhando para cara do Budori. Budori não gostou do ambiente e saiu para fora sem comprar nada.

Um homem alto de corte de cabelo reto veio aproximando ao Budori e disse:

– Ei, você não é o tal de Budori que fez chover adubo no ultimo verão, usando eletricidade dos ráios?!

– Sim, sou Budori do Departamento de Vulcanologia de Ihatov…

Ao ouvir resposta do Budori, ele gritou alto.

– Olhe pessoal, o Budori do Departamento de Vulcão está aqui. Venham todos aqui!
Em questão de poucos minutos, apareceram quase 20 homens que saíram das casas ou vieram dos campos. Eram todos lavradores e chegaram dando gargalhadas.

– Seu desgraçado! Por causa da eletricidade que você provocou, todas orizas do meu campo foram derrubados! Por que você fez aquilo?!

Um lavrador questionou inconformado. Budori respondeu com calma.

– As orizas foram derrubados? Como assim? Vocês não viram o comunicado do nosso Departamento?

– Não quero saber de papo furado!

Um deles bateu na cabeça e derrubou o chapéu de Budori. Aquilo parecia um sinal, em seguida todos avançaram em cima do Budori, batendo e chutando sem parar. Budori não estava entendendo o que estava acontecendo, caiu no chão e desmaiou.

Quando voltou a si, estava num leito de hospital.

Na cabeceira do leito tinha monte de telégrafos e cartas de solidariedade. Budori sentia muitas dores no corpo inteiro e estava com febre por causa de chutes e socos que levou.

Mas, depois de uma semana, ele já havia-se recuperado por completo.

Ficou sabendo pelo jornail que, aquele incidente fora causado por um técnico agrônomo que errou ao orientar os lavradores em adubação, e que isso havia causado derrubada das orizas, mas para se escapar das responsabilidades, culpou o Departamento de Vulcanologia.

Quando Budori leu esse artigo, deu uma gargalhada bem alto.

No dia seguinte, uma funcionária do hospital entrou no quarto e avisou:

Sr. Budori, tem uma senhora chamada Neli está querendo te ver.

Quando ouviu isso, Budori pensou que estava sonhando.

Mas logo uma mulher queimado de sol, que parecia esposa de lavrador entrou timidamente no seu quarto. Ela estava bem diferente da Neli que Budori tinha na memória, mas era mesmo aquela memina que foi raptado por um homem desconhecido e sumira no meio da floresta naquele dia.

Os dois ficaram olhando, um para outro sem falar uma palavra. Até que em fim, Budori abriu a boca e começou a falar.

Perguntou a ela o que havia acontecido depois daquele dia. Neli começou a contar, com dialeto de camponês de Ihatov, a história dela. Segundo ela, aquele homem que raptou ela, ficou com Neli por durante 3 dias. Mas depois deve ter achado que daria muito trabalho para ele ficar com uma menina muito nova que ainda não serviria para nada, abandonou ela próximo à uma pequena fazenda de gado e sumiu.

Sem saber o que fazer nem para onde ir, Neli começou caminhar chorando.

O dono da fazenda de gado viu ela, ficou com pena, acolheu e deu serviço de babá para cuidar de seu bebê.

Com o tempo, a Neli cresceu, virou mocinha e já podia ajudar em qualquer serviço da fazenda. E uns 3 ou 4 anos atrás, Neli casou com o filho mais velho desse fazendeiro.

E graças ao trabalho do Departamento de Vulcanologia, neste verão choveu fertilizante que dispensou o árduo trabalho de carregar esterco dos bois até o campo de plantação distante.

Em vez disso, utilizaram este esterco na plantação de nabo que fica próximo da casa e a colheita de milho do campo distante também foi muito boa, rendendo bom lucro e por isso, toda família estava feliz.

Ela contou que, depois de casada foi visitar várias vezes junto com o seu marido, aquela floreta que sempre brincava com Budori, mas a casa onde eles moravam estava completamente abandonada e nem conseguiu ouvir notícias sobre o Budori.

Depois de longa conversa, Budori prometeu a Neli que quando sair do hospital iria sem falta visitar a família dela. Neli foi embora muito feliz, ansiando pelo próximo encontro.

Capítulo 9: ILHA DE CARBONADO

Os cinco anos que passaram depois foi época mais felizes na vida de Budori.

Ele foi visitar várias vezes o seu antigo patrão, aquele fazendeiro de barba vermelha para agradecer.

O ex-patrão já estava bem velho, mas ainda estava com muita saúde e disposição para trabalhar.

Ele contou para Budori que uma vez criou mais de 1000 coelhos de pelos longos, outra vez plantou somente repolho vermelho no campo, etc, etc.

Pelo jeito, aquela mania dele de ficar apostando na sorte não havia mudado nada, mas pelo visto, a vida dele parecia estar bem melhor do que antes.

A sua irmã, Neli ganhou um lindo bebê.

Quando chegou o inverno e o trabalho na fazenda ficou menos atarefado, Neli vestiu seu filho com um traje de um lavrador e trouxe para vsitar Budori, junto com seu marido e as vezes até pousava na casa do Budori.

Certo dia, um um homem que diz que trabalhou junto com o Budori na fábrica de seda, veio visitar Budori. Ele disse ao Budori que o túmulo dos pais do Budori fica debaixo da grande árvore de kaya (* uma árvore conífera de crescimento lento, nativa do sul do Japão e Coreia do Sul) que localiza no extermidade da floresta que fica próximo à antiga casa de Budori.

O homem contou que, quando aquele dono da fábrica de seda chegou à floresta, em primeiro lugar ele andou pesquisando todas as árvores existentes na floresta, e nessa ocasião encontrou os corpos dos pais de Budori caídos no meio da floresta.

O dono da fábrica de seda não informou ao Budori sobre esse fato, enterrou o casal e fincou um galho de vidoeiro no túmulo.

Assim que soube disso, Budori avisou Neli e juntos foram visitar o local. O túmulo ficava exatamente no local onde o antigo colega de trabalho da fábrica de seda diz.

Budori mandou fazer um lápide de calcário branco e colocou no túmulodos pais. Depois desse dia, toda vez que Budori passava por perto, ele ia até o túmulo dos pais para rezar.

Era ano em que Budori completou 27 anos. Parecia ano que aquele frio intenso iria chegar.

O Departamento de Meteorologia, com os dados obtidos através das atividades do Sol e condições das geleiras do mar do norte, havia comunicado em fevereiro que haveria grande possibilidade de vir frio intenso.

E a cada dia que passava, essa previsão foi se tornando real. Naquele ano, as flores de magnólia não abriram e no mes de maio caiu chuva com neve durante 10 dias.
Todas as pessoas lembravam da quebra de safra que tiveram nos alguns anos atrás por causa do frio intenso e ficavam apavoradas.

O Dr. Kubo também ficou muito preocupado. Por várias vezes foi encontrar com meteorologistas e agronomos para discutir sobre problema e estudar possíveis medidas. Ele publicou também sua opinião nos jornais, entretanto, parecia que não encontrava uma solução diante da ameaça de natureza que estava-se aproximando.

Quando chegou o mês de junho e viu que as mudas da oriza ainda estavam meio amarelas e nem brotavam folhas novas nas árvores, o Budori não aguentou ficar mais quieto sem fazer nada.


Pois, se continuasse do jeito que está, certamente surgiria muitas famílias que iriam ficar sem comida e passariam fome nos campos e nas florestas, do mesmo jeito que a família do Budori passou no passado.
Budori passou vários dias sem comer e sem dormir, só pensando em solução.
Numa noite, Budori foi visitar Dr. Kubo na casa dele.

Professor, se aumentar o dióxido de carbono da atmosfera, a temperatura vai aumentar?

Sim, temperatura aumentará. Pois, desde que a Terra nasceu, a sua temperatura sempre foi definida pela quantidade de dióxido de carbono da atmosfera.

Se o vulcão da Ilha de Carbonado entrasse em erupção agora, será que ele emitiria quantidade suficiente de dióxido de carbono a ponto de mudar clima?

Isso eu já calculei. Se a erupção acontecesse agora, o gás carbonico emitido pela explosão irá logo entrar na corrente de ar que fica na camada superior da atmosfera e se espalhará rápidamente por toda a Terra. E isso impedirá a dispersão de calor do superifície da terra e da camada inferior da atmosfera, e como consequencia de tudo isso, acabará aumentando a temperatura média da Terra em 5 graus ceusis.

– Professor, será que não podemos provoca-lo a iniciar erupção agora mesmo?


– Podemos sim, mas para fazer esse trabalho, alguém terá que permanecer no vulcão até acontecer a erupção, isto é, essa pessoa não poderá retornar vivo…

– Professor, deixe-me fazer este trabalho! Por favor, peça ao professor Pennen para me dar essa permissão.

– Não, eu não posso permitir isso. Você é ainda muito jovem e não há quem substitua o seu trabalho.

– Tenho certeza que surigirá muitos jovens como eu daqui para frente. Aliás, tenho certeza que aparecerão pessoas mais capacitadas e que farão melhor trabalho, com mais eficiencia e todos irão se divertir muito com eles.

– Este assunto deve ser discutido com o Professor Pennen, e não não comigo.
Budori voltou para o Departamentoe de Vulcanologia e foi conversar com o engenheiro Pennen. Ele apoiou a ideia do Budori e disse:

– Isso é ótima ideia! Mas deixe que eu faço este trabalho. Eu vou fazer 63 anos este ano e esse trabalho seria ideal como minha ultima missão!

– Professor, mas este trabalho ainda é incerto. Mesmo que a erupção ocorra com sucesso, ainda há a possibilidade de o gás ser absorvido pela chuva ou pode até ser que não dê certo como planejamos. E se isso vem a acontecer, sem o senhor quem poderia liderar para reexecutar o plano?!
O engenheiro Pennen ficou quieto e sucumbiu à tristeza.

Após passar três dias, o navio do Departamento de Vulcanologia de Ihatov partiu rumo à Ilha de Carbonado. Ali já haviam instaladas vários torres de ferro e os fios elétricos já estavam todos ligados.

Após todo o preparativo ter sido concluído sem problema, Budori pediu para que toda equipe saissem da ilha com navio e permaneceu sozinho na ilha.

No dia seguinte, o povo de Ihatov viu o céu azul transformar em verde turvo e as cores do sol e da lua mudaram para cor de cobre.

Mas depois de três dias, a clima começou esquentar cada vez mais e no outono daquele ano a safra foi normal. E o destino de inúmeras famílias de Budoris, com seus inúmeros pais e também inúmeros Guskos e Nelis mudaram para sempre, não se repetiram mais o destino que a família do Budori passou, que foi contado no início desta história.

As inúmeras famílias Budoris, puderam passar inverno com comidas quentes, em meio à lareira acesa e muito felizes.

Fim

Esta é uma tradução da obra “Gusko Budori no Denki(グスコーブドリの伝記)” do escritor japonês Kenji Miyazawa (1896-1933), feita por alunos do Curso de Formação de Tradutores da Escola Modelo de Língua Japonesa de Mogi das Cruzes. A obra original em japonês poderá ser lida aqui.

Alunos que colaboraram na tradução: Bruna Eimy Sinowara, Paula Tahara Pereira, Rafael Yukio Matsui

Coordenação e Revisão feita por: Prof. Kenji Ogawa

Mogi das Cruzes, 12 de maio de 2015

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